O prazer de regressar às origens

Ourique - dia 1

É bom estar aqui, juntinho! 

Ainda ouço os tacos da casa dos avós a bater debaixo das solas dos meus pés descalços, a avó a rir na cozinha, o avô lá fora a fazer cestinhos de caroços de cereja, os cães no quintal, as noites onde todos nos sentávamos no alpendre horas a fio, os banho frios de mangueira, a mesa cheia, as torradas na lareira alta, o cheiro a café nas manhãs... o calor da família! 

Hoje foi noite de recordar! 
Sentada com o tio na varanda ao sabor de um chá bem quentinho, desabafos de uma noite de Verão, lá fomos relembrando a magia dos dias "quentes" de outrora... 

a casa está cheia de fotinhos tuas!!! :) e a terra aqui tem o teu cheirinho! Doce Alentejo! Aromas que abraçam e transportam...

Hoje deixei-te uma florzinha... um Girassol! Porque me fazes sorrir sempre que penso em ti..... porque apagas esta magoa que sinto e a transformas nesta energia de Amor que me dá vontade de ser para o Universo!

Contudo, sabe-me bem estar aqui, isolada, longe!

Ambas sabíamos que mais cedo ou mais tarde isto iria acontecer... até porque amar é assim, um doação por vezes sem retorno.

Os meses passam e continuo a vir aqui, amiúde, escrever algumas linhas na ânsia de que, de alguma forma, elas cheguem até ti........
Mero desabafo!
É que, por vezes, dói muito o vazio da tua ausência! Éramos tudo, juntas, e sinto a tua falta mais do que nunca!!!!
Tinha tanto para te contar.........
Esta noite fechei os olhos, falei contigo... e pedi por quem tenho no coração!
Hoje é um dia especial, preciso que estejas... que protejas....
... a leveza de te saber ali, poder deixar a minha inquietude repousar em paz (mesmo que por um pouquinho apenas), sabe tão bem... Sim, sinto medo de cometer os mesmos erros....decidida a aprender, crescer, por vezes ainda me transformo naquela menina vulnerável que, em noites como esta, te diz ter vontade de se afastar de tudo... simplesmente por querer estar junto!
Estranho, não te parece?
Falta a tua doçura para me devolver a ordem das coisas e a simplicidade do mundo...
Sinto falta da tua gargalhada!